quinta-feira, 5 de abril de 2012

Mãe de Staley fala sobre o filho no 10º Aniversário da sua Morte



Nancy McCallum, que perdeu o filho Layne Staley há dez anos [a partir de hoje] e que desde a sua morte tem ajudado individuos com o mesmo problema em sua homenagem, falou hoje por via telefónica num programa de televisão chamado 'Project 9-6-1'. A entrevista foi realizada por Kidd Chris. Confira-a...


KC: Olá, eu chamo-me Kidd Chris e sou um grande fã do Layne Staley, também já sou pai portanto vou falar consigo na perspetiva de um pai.
NM: Olá, eu sou mãe, então como ser humano também, não estava nada à espera que o Layne morresse e só esta semana é que eu entendi a diferença entre o rapaz que eu tinha criado e a minha relação com ele e o homem que estava em palco. O homem que estava em palco estava sempre lá para te ajudar.

KC: Já se passaram 10 anos, isso é inacreditável. Quando é que percebeu que o Layne tinha-se tornado realmente importante? Quer dizer, a senhora devia ouvir as suas músicas na rádio...
NM: Eu estava a viver no Alasca nove anos antes da sua morte e aconteceram muitas coisas na sua carreira durante esses nove anos e sinceramente eu não tinha muito dinheiro, estava a trabalhar de manhã à noite e se eu mencionasse às pessoas que o meu filho era músico, elas diriam 'A sério?' e eu diria 'Ele pertence à banda Alice in Chains de Seattle' e nessa altura isso não interessava muito às pessoas, portanto elas não tinham noção do quão importantes eles eram.

KC: O que é que achava da música da banda?
NM: Eu não tive qualquer conectação com a música deles, eu não a entendia, portanto quando ele chegava a casa eu só queria ter uma boa relação com o meu filho, queria entender como é que as pessoas o viam, mas ele nunca falava sobre isso [as pessoas], ele só me mantia ao corrente sobre a sua vida.

KC: Tem estado em contacto com os restantes integrantes? Como é que se sente com o facto de terem voltado à ativa?
NM: Sinceramente, eu falei com eles sobre isso e tentei convencê-los a fazerem algo diferente com a banda de forma a que as pessoas não os criticassem pelo facto de eles estarem a faze-lo [seguir em frente] a "usar" o Layne, mas por um lado compreendo porque eles também são músicos e os Alice in Chains não tinham existido sem eles, até porque eles têm todo o direito de fazer o que estão a fazer. Gostas deles [atualmente]? [KC: Não] Eu preocupo-me com eles e já cheguei a convidá-los várias vezes para virem a minha casa. Eu gostaria de ouvi-los, e nestes dez anos isso não aconteceu.  Adoraria atender o telefone e ouvir 'Nancy, eu tenho de te contar algo engraçado de quando ele estava connosco', sabes, algo que eles se lembrem. Eu adoraria mesmo que isso acontecesse porque eles eram seus amigos e acho que isso é algo que a industria os impede de fazer à mãe do amigo.

KC:  Talvez isso seja algo desconfortável para eles.
NM: Eu concordo. Sabes, os fãs são muito importantes para eles e a conectação que criei com eles permitiu-me entender melhor o Mundo do Layne. Ele era sossegado e forte, eu não sabia que ele estava com problemas.

KC: Há medida que eles desenvolviam a sua música, tenho a certeza que chegou a ouvir as músicas tornarem-se mais intensas?
NM: Sabes, eu não entendia muito de música, eu apenas a ouvia porque estava orgulhosa, que mãe não ouviria a música do filho? Portanto, eu obviamente que a ouvia, mas não houve conectação nenhuma, porque eu não a entendia muito bem, e no princípio eu pensei que ele e o Jerry estivessem a cantar sobre as pessoas, sobre as suas observações, eu não sabia que ele [o Layne] estava a fazê-lo sobre ele próprio, eu não fazia ideia do seu sofrimento, muito menos quando isso começou, ele não falava comigo sobre isso.

KC: Por volta dessa época, ele estava a namorar com uma rapariga [Demri] que morreu, nessa altura já sabia que ele estava a usar drogas?
NM: Sim, obviamente.

KC: Então, eu acho que foi obviamente depois da morte da sua namorada, que as coisas começaram-se a dificultar para ele.
NM: Não, isso começou em 1994.

KC: Então foi antes disso...
NM: Sim, mas eu não vou falar por ele, não sou capaz porque ele não vivia comigo, ele seguiu o seu caminho, então deixámos de nos ver tanto e depois ele acabou por se isolar. Foi muito difícil pelo facto de eu não saber o que se estava a passar e eu não tinha intenção nenhuma de pressioná-lo por causa de algo que o mantinha longe de mim. Ninguém tem o direito disso nem de questionar a vida da sua filha [Demri].

KC: Deve ter conhecimento de todos os tributos ao seu filho feitos por pessoas desta geração, certo? Já os ouviu?
NM: [Risos] Sim, tenho alguns em lista, e o senhor deve também ter conhecimento dos fãs e eu, dos covers tributo, dos álbuns, das pinturas...

KC: Costuma decorar a casa?
NM: [Risos] Já nem há espaço suficiente, provavelmente já tenho 50 cortinas e quando arranjei dinheiro comprei alguns quadros. Vá ao site layne-staley.com e não nos podemos esquecer que o Kurt Cobain morreu no mesmo dia que o Layne com 8 anos de diferença.

KC: Sim, isso é estranho!
NM: Sim, e também não nos podemos esquecer que o Layne perdeu o seu amigo Mike Starr e outros maravilhosos e talentosos músicos. Todos os anos, eu tenho conhecimento de pais que perdem os seus filhos, amigos que perdem os seus pais, pessoas que perdem os seus amigos... Sabes, não há nada de bom nas drogas.

KC: Estamos a falar com a mãe de Layne Staley, Nancy. Visite o site layne-staley.com, especialmente hoje que é o 10º aniversário da sua morte. Obrigado, Nancy por falares connosco.
NM: Bem, Chris dá um abraço aos teus fãs e à tua família por mim e ao público, desejo-vos o bem e se necessitarem de ajuda com alguma coisa, procurem-na agora.

NOTA: A entrevista foi originalmente feita por via telefónica como referi anteriormente e foi exclusivamente traduzida por mim. Devido a esse facto, ou seja, da entrevista ter sido feita por telefone [se ouvirem a gravação notarão que algumas falas da Srª. McCallum não se percebem muito bem], houve algumas falas que para mim foram muito difíceis de traduzir [e algumas que nem o consegui fazer], logo, podem não estar cem por cento corretas, se notarem algum erro na tradução [ouça a entrevista original AQUI], por favor avisem.

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