Remembering Layne Staley P/ 3: "Sap Sessions"

Terceira parte do projeto/artigo escrito por David Bronstein e editado por Brett Buchanan. Este artigo descreve as sessões de gravação do segundo EP da banda. Conta principalmente com relatos do atual engenheiro e co-proprietário do estúdio onde a banda gravou [London Bridge Studios] Jonathan Plum, que descreve Layne como humilde, simpático, talentoso e descontraído e Jerry Cantrell como trabalhador e inspirador. Plum na altura era o único funcionário na época trabalhando principalmente [ainda] como engenheiro e era também responsável pela limpeza.

Fonte: GrungeReport.net





"Layne Staley já esteve aqui antes, mas com uma vozinha fina que incomoda a [gravadora] London Bridge Studios, ele é preenchido por frustração.  Os Alice in Chains iriam estar aqui uma semana inteira a gravar o segundo EP, Sap. O EP está organizado por 4 músicas, mas acabará por ficar com 5.

Staley e a banda conhecem bem este estúdio.  É onde a primeira demo dos Alice e o primeiro álbum de estúdio da banda foi gravado.  Mas numa tarde de Sexta, Layne está a trabalhar para acertar as notas certas numa das faixas mais memoráveis que o grupo jamais irá gravar.  O engenheiro da casa, e agora co-proprietário do estúdio, Jonathan Plum recorda: "A primeira vez que ouvi o Layne cantar foi na canção ‘Am I Inside’. Ele estava a trabalhar o seu tom, na verdade, ele teve muito trabalho para cantar a música corretamente”. Com Ann Wilson da banda Heart a ter a fama a destruir os seus vocais e o processo complicado de completar a música [Am I Inside], estava a deixar Layne Staley num estado de pressão.

“Rick Parasher que era o dono do estúdio e produtor do EP estava sempre a pedir ao Layne para cantar certas partes [da música] múltiplas vezes, fiquei impressionado com o quão difícil era para ele", diz Plum. Parasher acreditava que ele sabia onde estava o problema. "Quando a banda saiu, eu falei com Rick sobre isso, e ele disse-me que para o estilo pesado o Layne estava muito confortável e preciso.
Ele apenas deitava tudo para fora.  Alguns dias depois eu ouvi o Layne a cantar e o Rick estava certo, ele conquistou a coisa em um ou dois takes. Até àquele momento a banda estava a gravar o [álbum] Dirt, ele era simplesmente um homem talentoso".

Na tarde de Sábado Layne Staley chega ao estúdio um pouco cansado, mas com um clima de otimismo. No início da manhã, ele tinha ajudado o seu pai a cortar lenha.  O Jerry, o Sean e o Mike estão ocupados, a estabelecer as suas faixas e a ensaiar, então o Layne decide sair do salão.  Ele toma o pequeno almoço e liga a televisão, para esperar que os seus desenhos animados preferidos passem "Ok, o Layne estava pendurado no sofá a ver os seus desenhos animados e a comer cereais de crianças da própria caixa", lembra Plum. "Ele vira-a e nota que há uma actividade na parte de trás.  Ele preencheu a atividade de uma maneira muito perversa.  Lembro-me que uma das perguntas era "Onde colocar alguma coisa?" Sua resposta: uretra. Depois de cortar a caixa coloca as suas respostas na geladeira. "

Plum diz que Staley: "Era, de longe, o homem mais descontraído da banda.  Ele era humilde comigo e simpático.  Por exemplo, numa manhã, ele perguntou-me quanto tempo eu tinha trabalhado nos estúdios, e se eu gostava do meu trabalho.  Ele foi um dos poucos músicos que se deram ao trabalho de perguntar coisas sobre mim e compartilhar um pouco da sua vida normal. Por outro lado, o Jerry Cantrell nunca reconheceu a minha presença, a menos que precisasse de algo.  Ao mesmo tempo, eu também entendia que ele estava num modo muito criativo quando ele estava no estúdio.  Ele não era cruel, estava apenas concentrado no seu trabalho.  Pensando bem, o Jerry foi a força criativa da banda com uma personalidade muito mais intensa do que o Layne ".

As sessões de SAP eram uma raridade no facto de que ninguém realmente sabia se essas sessões de gravação acabariam por trazer um comunicado.  "O Jerry continuaria apenas a expressar as suas ideias", diz Plum. "As sessões foram certamente de improviso, eles experimentavam um monte de merda." Há algumas pistas que as gravações iriam ver a luz do dia de alguns dos cantores convidados escolhidos no EP.  Chris Cornell dos Soungarden e Mark Arm dos Mudhoney (a pedido de Cantrell) foram trazidos para cantar, o que criou o menor supergrupo vivo na história, ‘Alice Mudgarden'. A referida Ann Wilson fez backing vocals em “Brother” e “Am I Inside”.  Falou-se de ter Kurt Cobain, mas os Nirvana estavam na Europa e o [álbum] Nevermind tinha acabado de explodir.

Plum diz que ter a banda no estúdio durante uma semana poderia ser uma grande tarefa, "Até era agradável, eu era o engenheiro-assistente, mas também era responsável pela limpeza do estúdio e qualquer outra coisa que fosse necessário.  Eu era o único funcionário na época, e naqueles dias o estúdio não foi criado assim para os grandes projetos das grandes gravadoras.  Lembro-me ainda a correr para a loja e levar takeaway tailandês para a banda. "

No penúltimo dia de gravação, com a música colocada na fita e o estúdio fechar apenas passado oito horas, os membros do Alice in Chains decidiram dar uma festa após uma sessão de 9 horas. Não seria a última. “Numa noite eram 3 horas da manhã e tive que esperar até que a banda querer ir para casa. Eles tinham alguns amigos e deram uma festa.  Apesar de ter sido muito interessante observar a festa de banda, eu não gosto de ter que simplesmente sair e esperar. Até pareceu que eu não tinha sido convidado para a festa da banda", diz Plum.

Sap acabou por ter cinco músicas: Brother, Got Me Wrong, Right Turn, Am I Inside, e a música não listada Love Song (ideia de Sean Kinney).  Sap seria bem diferente de qualquer coisa que os Alice tinham gravado no passado, mas o EP foi lançado Fevereiro do ano seguinte e foi nomeado como Gold, apesar da falta de promoção.  O fotógrafo Rocky Schenck tirou uma foto inspiradora para a parte detrás do cover do EP.  Os membros da banda a urinar nas suas próprias imagens, uma das sessões de Facelift e o uma imagem promo da digressão do verão anterior [Clash of the Titans]. A banda tinha se mudado, e estavam prontos para começar um novo capítulo".